A abertura da Reunião Anual de Marketing da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) decorreu hoje no Centro de Convenções e Entretenimento da Torre de Macau. O director da DST, João Manuel Costa Antunes, apresentou a situação da indústria turística e estratégia de promoção de marketing aos representantes da DST em 17 países e territórios, operadores turísticos, imprensa e convidados.

Na apresentação, Costa Antunes referiu que a indústria turística mundial enfrenta os desafios da crise económica global e do surto da gripe A (H1N1), aos quais a indústria turística de Macau não consegue escapar. De acordo com números provisórios, entre Janeiro e Maio deste ano, Macau recebeu 8.9 milhões de visitantes, uma descida de 10 por cento em relação a igual período no ano passado, de entre os quais, os visitantes internacionais diminuíram 12 por cento, para um total de 1.9 milhões. Desde 1993, o número de visitantes internacionais tem vindo continuamente a crescer.

Conforme os números dos primeiros cinco meses do ano, os dez principais mercados de Macau são o Interior da China, Hong Kong, Taiwan, Japão, Malásia, Tailândia, Filipinas, Singapura, Coreia do Sul e Estados Unidos, de entre os quais, registou-se um crescimento nos mercados de Hong Kong (0.3 por cento), Japão (8.7 por cento) e Tailândia (14.9 por cento).

Entre Janeiro e Abril, os hotéis e estabelecimentos similares de Macau acolheram 2.21 milhões de hóspedes, um aumento de 2.8 por cento, representando 64.9 por cento do total de visitantes que pernoitaram na cidade. O tempo médio de estadia dos visitantes foi de 1.39 noites. Nos primeiros quatro meses do ano, os hotéis de três a cinco estrelas, registaram uma taxa média de ocupação de 75 por cento, e um preço médio de custo por quarto de 982.8 patacas. Macau conta actualmente 90 hotéis e estabelecimentos similares, com um total de 19,266 quartos.

Devido ao impacto na indústria turística de Macau da crise económica mundial e com a agravante do surto de gripe A (H1N1), no primeiro trimestre do ano, a despesa média per capita dos visitantes totalizou os 29.4 mil milhões de patacas (3.6 mil milhões de dólares americanos), uma descida de 13.8 por cento.

No entanto, de referir que, a despesa média dos visitantes do Interior da China per capita foi de 3,949 patacas (493.5 dólares americanos), registando um aumento de 15 por cento. Ao mesmo tempo, a despesa per capita dos visitantes de Taiwan e da Oceânia também registou um forte crescimento de 13.5 por cento e 14.5 por cento, respectivamente. De frisar, no entanto, que a despesa média por visitante desceu 5.3 por cento para 1,638 patacas (204.8 dólares americanos) no primeiro trimestre do ano.

De acordo com estatísticas da Organização Mundial de Turismo, nos primeiros dois meses do ano, o número de visitantes internacionais desceu oito por cento. Conforme os números da Associação de Turismo da Ásia Pacífico (PATA, da sigla inglesa) os visitantes internacionais para a região do nordeste asiático diminuíram em sete por cento. O surto da gripe A gerou sentimentos de insegurança entre os viajantes, e os números mostram uma descida no número de visitantes de Macau provenientes da Ásia.

Enquanto enfrenta os desafios da crise económica global e a gripe A, Macau depara-se com o início dos voos directos entre as duas margens do estreito de Taiwan e a entrada em vigor dos novos "Regulamentos sobre Agências de Viagem do Interior da China", que também estão a ter impacto na indústria turística de Macau. Os voos directos enfraqueceram o papel de Macau enquanto ponto de ligação entre as duas margens. No que se refere aos novos "Regulamentos sobre Agências de Viagem do Interior da China", que proíbem as agências de apresentar preços abaixo do custo, provocaram uma descida no número de visitas em grupo no curto prazo.

Além dos desafios do exterior, a indústria turística de Macau enfrenta o complexo problema interno da actividade hoteleira ilegal, ou das chamadas "pensões ilegais". O problema afecta a imagem da cidade como destino turístico e os interesses dos operadores turísticos e dos visitantes. Para o combate às "pensões ilegais", o governo da Região Administrativa Especial de Macau criou um grupo de actuação conjunta.

Para evitar que os desafios que a indústria turística enfrenta se transformem em crise, a DST está a trabalhar de perto com os operadores turísticos e os representantes da DST no exterior para atrair mais oportunidades, como é o caso do recentemente lançado "Plano de Apoio à Indústria Turística". No âmbito do plano, a DST está a apoiar as agências de viagem a promoverem "Excursões Celebrar Macau" nos principais mercados alvo de visitantes, já com resultados iniciais. No decurso de um mês de realização, houve 1,414 grupos turísticos, com um total de 32,232 turistas, que usufruíram de um apoio no valor de mais de 1.1 milhão de patacas (140 mil dólares americanos). Por outro lado, em conjunto com a Associação de Guia Turístico de Macau, a DST lançou também o fornecimento de um serviço gratuito de guias turísticos para visitantes individuais no "Centro Histórico de Macau", nas áreas das Ruínas de S. Paulo e do Largo do Senado. No espaço de um mês, foi providenciado serviço de guias gratuito a mais de 3,800 visitantes.

No âmbito do mesmo programa de apoio, o "Plano de Estímulo ao Turismo de Negócios" lançado pelo Centro de Turismo de Negócios de Macau da DST, está a prestar apoio em três áreas: Reuniões e Convenções, Exposições e Incentivos. Ainda dentro do plano, a DST está a efectuar "Apoio ao Sector da Aviação", através da assistência na abertura de novas rotas para Macau e da promoção nos destinos alvo das companhias aéreas que voam para a cidade.

Por outro lado, com assinatura do Suplemento VI do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Continente Chinês e Macau (CEPA), os visitantes do Interior da China em viajem para Taiwan podem ficar em trânsito em Macau. Esta nova medida facilita a promoção de produtos turísticos "uma rota, várias paragens".

Apesar dos fortes desafios, Macau também tem grandes oportunidades, nomeadamente com a abertura de novas infra-estruturas turísticas este ano: a recentemente aberta City of Dreams, a Malo Clinic SPA, o Centro de Ciência de Macau, e o New World L' Arc of Triumph. Espera-se que as novas atracções tragam mais visitantes e impulsionem o desenvolvimento da indústria turística de Macau.

A DST vai tirar partido da Reunião Anual de Marketing para discutir com os seus representantes no exterior a estratégia de promoção para dar resposta aos actuais desafios.

Na abertura da reunião, cinco dos representantes da DST receberam uma placa de reconhecimento pelos dez anos de dedicação e serviço na divulgação de Macau.

Depois da abertura da Reunião Anual de Marketing seguiu-se uma bolsa de contactos entre os representantes da DST no exterior e os operadores turísticos locais para troca de informações e exploração de oportunidades de cooperação para atrair mais visitantes para Macau.