Autor chinês radicado no Japão em Macau "sem ideias pré-concebidas"
Publicado em : 2007/06/01
Mo Bang-Fu no Largo do Senado em Macau Mo Bang-Fu no Largo do Senado em Macau
Um famoso autor chinês, residente no Japão, onde se tornou num famoso líder de opinião, Mo Bang-Fu, visitou esta semana Macau a convite da Direcção dos Serviços de Turismo, desta vez para descobrir os atractivos da cidade para os turistas nipónicos.
Grande conhecedor e orador sobre a cultura e economia chinesa, é tido como uma janela sobre a China no Japão. Além de ser colunista no jornal Asahi, com dez milhões de leitores, é orador convidado em programas de televisão no Japão e conferências para debater temas de política, economia e sociedade.
Após três dias de visita por Macau, Mo Bang-Fu, afirma que Macau tem de ser visitado sem ideias pré-concebidas, porque a cidade surpreende.
"Como o Museu Marítimo, por exemplo, pensei que ia ser um local com pouco interesse, mas ao ver as peças em exposição tão trabalhadas, acabei por me demorar mais no local. Alguns dos instrumentos de pesca antigos trouxeram-me recordações de infância", assinala.
"A Torre de Macau também me surpreendeu, antes de visitar o local pensei que fosse apenas mais uma torre panorâmica para turistas, mas afinal tem muitos divertimentos de fazer subir a adrenalina, sem par no Japão", refere Mo, que acredita que um reforço e criatividade na promoção poderá atrair o interesse de mais turistas jovens japoneses.
Há dez anos atrás Mo visitou Macau pela primeira vez. A sua visita mais recente teve lugar em Fevereiro passado, a convite da principal cadeia de televisão nipónica, NHK, para realizar um trabalho televisivo sobre as grandes transformações ocorridas na cidade nos últimos anos.
"Já visitei Macau sete ou oito vezes, todas elas por motivos de trabalho. Antes achava que Macau só tinha casinos e entretenimento. Nesta viagem percorri todos os cantos da cidade, e descobri muitas coisas que me surpreenderam. Espero desta vez poder escrever uma história que aborde Macau através de um ângulo diferente dos outros jornalistas que escrevem sobre turismo," indica o natural de Xangai.
Uma das impressões mais forte de Mo Bang-Fu nesta viagem a Macau foi recolhida na zona da Taipa antiga, onde conheceu um casal de idosos que dizia fazer pastéis para vender apenas "para manter o corpo a trabalhar". Segundo Mo, são estes detalhes da vida quotidiana de Macau que mais poderão interessar aos "baby boomers" japoneses, nascidos no pós-Segunda Guerra Mundial.
"Este grupo tem boas reformas, um elevado poder de compra, muita curiosidade em descobrir coisas novas e gostam de estudar. É um grupo muito valorizado por todos os sectores do mercado japonês," frisa o autor.
"Os japoneses de hoje já são viajantes experientes, já não se satisfazem apenas com visitar os locais turísticos mais famosos, mas querem conhecer os hábitos e costumes locais", acrescenta.
Mo defende que, "o turismo não é um produto para massas", devem ser criados diferentes tipos de produtos para grupos com diferentes tipos de interesse. No caso dos "baby boomers" japoneses, Mo acredita que é fundamental aumentar o pormenor nos programas, contar a história dos locais para conseguir cativar este tipo de turistas.
"Se as histórias dos locais forem contadas em detalhe, atrai não só o interesse dos turistas em relação ao local, evitando que estes vejam apenas o local a correr, como também ajudar a prolongar a sua estadia na cidade", opina.
Mo refere a exemplo a Rua da Felicidade, onde uma descrição pormenorizada da vida da rua, dos seus edifícios antigos, das suas histórias, encantaria os japoneses, os quais se demorariam pelo local entre uma ou duas horas sem enfado.
Actualizada : 2023/02/16
Email : media@macaotourism.gov.mo
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